Biografia – Mia Amaral

Mia Amaral nasceu em Oliveira do Douro, pequena aldeia de Cinfães, tendo-se fixado em Vila Nova de Gaia, há cerca de 35 anos, depois de ter vivido em Lisboa e Mirandela.

Mia Amaral desde sempre se dedicou à pintura, porém nem sempre pintou com tintas, pincéis e telas, fê-lo, desde o primeiro momento, com recurso à mais poderosa das tintas, ao mais poderoso dos pincéis e à mais poderosa das telas: a imaginação.

No universo da arte a capacidade técnica é decisiva, mas, para Mia Amaral, nada é mais importante do que a imaginação.Nos seus quadros, Mia Amaral demonstra uma forte afinidade com o realismo figurativo. Entre camponeses, crianças, pobres, mulheres, mães e ciganos, há cidades e aldeias, há gritos e silêncios,ou seja, há tudo o que é importante para despertar os nossos sentidos e sensibilidade: realismo e fantasia; técnica e poesia.

Do currículo de Mia Amaral fazem parte numerosas exposições individuais e coletivas, em Portugal e no estrangeiro. Está igualmente representada em diversas coleções particulares e públicas, no nosso país e no exterior, tendo também já dado formação na área das artes decorativas.

Exposições mais recentes:

Individuais: Casa Jorge de Sena (INATEL do Porto, 2006), Galeria Delmino Pereira

(V. N. Gaia, 2006), Museu Serpa Pinto (Cinfães, 2007), Colégio Pierre de Coubertin

(Santa Maria da Feira, 2008), Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia (2009) e Auditório de Baião(2009).

Coletivas: Galeria Maria Manuela (2006 e 2007), Auditório Municipal de Gondomar (2006 e2007) e Estúdio La Paleta, em Madrid (2006 e 2007), Casino da Póvoa (2007) e Galeria Delmino Pereira (2007-2008).

A pintora Mia Amaral, que desde muito jovem se dedicou ao estudo da pintura, constitui para nós uma agradável surpresa. Para lá de um espiritualismo hiperintimista, ressaltam as possibilidades gestuais de uma concentração meditativa e interiorizada, tão própria dos artistas de maior talento.

Neste sentido, Mia Amaral presta uma grande homenagem às crianças do nosso tempo que no recolhimento educacional se preparam para uma nova vida que é a de uma sociedade verdadeira e espiritualmente diferente.

Quando admiramos uma peça desta pintora teremos de contabilizar todos os sentimentos possíveis,como uma admirável peça de arte que está no seguimento da cosmovisão de Henrique Medina ou do conceptualismo social de Adelino Ângelo, embora visto pelo lado da análise purificada do ser e não pela denúncia das misérias humanas cujo materialismo dos poderosos humilha e agride.

Encontramos, assim, em Mia Amaral o simbolismo da paz e do amor, projetado na inocência desta criança, longe das agressões de que muitas são vítimas.

Estamos, portanto, perante uma obra suscetível de proporcionar ao observador um projeto de espírito, ou mais concretamente um sonho de V Império.

O protagonismo desta obra incita a criatividade de um saber acumulado e que se reconhece com o valor plástico de uma outra condição de ser tão estranha à globalização impiedosa do mundo em que vivemos. Daí que o seu trabalho conceptualista seja um espetáculo de permanente surpresa do fascínio oculto do ser. Um pequeno Ser tão cheio de interioridades e de emoções, quem sabe, se ainda adormecido.

Sérgio Mourão, Crítico de Arte

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